A rotina intensa, marcada por prazos apertados e a constante pressão por resultados, é uma realidade compartilhada por bancários e bancárias em todo o país. Em meio a esse cenário desafiador, o mês de abril se veste de verde e ganha um significado ainda mais profundo com a chegada do Dia Mundial da Saúde, celebrado neste 7 de abril: data que acende o alerta sobre a necessidade de priorizar a saúde física e mental da população e dos profissionais que movem o motor do sistema financeiro nacional.
Desde sua criação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 7 de abril de 1948, com as celebrações tendo início em 1950, o Dia Mundial da Saúde tem sido um marco para a conscientização global sobre temas para o bem-estar da população. Para a categoria bancária, a convergência com o Abril Verde explicita a urgência de um debate contínuo e da implementação de medidas efetivas que vão além da segurança física no ambiente de trabalho, abrangendo a qualidade de vida integral dos trabalhadores.
Mauro Salles, secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), observa que a saúde dos bancários é um pilar essencial para a sustentabilidade do próprio setor. "Não se trata apenas de ausência de doenças, mas de promover um ambiente de trabalho que favoreça o bem-estar integral, com políticas de prevenção, acompanhamento e apoio aos profissionais", afirma.
As estatísticas revelam uma realidade preocupante dos trabalhadores bancários, com queixas frequentes de lesões por esforços repetitivos (LER/DORT), problemas posturais, níveis elevados de estresse e ansiedade, que invariavelmente transbordam para a esfera pessoal.
Um retrato dessa realidade emerge da pesquisa nacional "Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário", realizada em 2023 pela Secretaria de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, constituído por técnicos da Universidade de Brasília (UnB). O levantamento, que ouviu mais de 5.800 bancários, revela dados alarmantes:
- 76,5% dos entrevistados relataram ter enfrentado ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho.
- 40,2% estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa, e destes, 91,5% faziam uso de medicamentos controlados.
- 54,5% apontaram o trabalho como o principal fator para a busca por tratamento médico.
Diante desse cenário, Mauro Salles reforça a urgência de ações concretas, principalmente relacionadas à saúde mental: "Não podemos ignorar a epidemia de transtornos mentais que assola a nossa sociedade, e os bancários são particularmente afetados”, explica.
Papel do movimento sindical
O movimento sindical tem desempenhado um papel crucial ao promover debates e a busca por soluções à saúde do trabalhador. Um marco importante dessa luta foi a inclusão explícita do termo "assédio moral" nas negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em 2024. Essa conquista inédita reconhece a intrínseca relação entre a prática de assédio, muitas vezes manifestada através da imposição de metas abusivas e de uma cultura de competitividade predatória, e o crescente número de casos de adoecimento na categoria.
"Vivemos uma epidemia de transtornos mentais. Por esse motivo nos empenhamos tanto no tema, e lutamos para que os bancos cuidem dos trabalhadores e mudem a forma organizacional que leva a tantos adoecimentos, o que contribui para uma sociedade cada vez mais enferma e que afeta não só os adoecidos, mas suas famílias e seus sonhos. Menos metas e mais saúde são nossas reivindicações permanentes", ressalta o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Araraquara e região, André Luiz de Souza.
“Nosso empenho nesse tema é inegociável, e insistiremos para que os bancos assumam a responsabilidade de cuidar de seus trabalhadores, promovendo mudanças estruturais que combatam as causas do adoecimento”, reforça o secretário de Saúde da Contraf-CUT.
Para Mauro Salles, este 7 de abril, em sinergia com o Abril Verde, representa um "chamado à ação" para todos os envolvidos. "É um momento para reconhecer os desafios enfrentados por esses profissionais e para reafirmar o compromisso com a construção de um ambiente de trabalho mais saudável, humano e produtivo, onde o bem-estar seja prioridade e não apenas uma meta a ser alcançada", conclui.
A saúde de bancárias e bancários, assim como a de todos os trabalhadores, é um direito fundamental e um investimento essencial para um futuro mais justo e equilibrado.
Dia Nacional de Luta: Sindicato intensifica mobilização em defesa do Saúde Caixa
Audiência pública no dia 3 de julho, em Araraquara, denunciará impactos da terceirização no setor financeiro
Empregados reivindicam reajuste zero do Saúde Caixa
Afubesp denuncia violência contra idosos cometida pelo Santander
Audiência Pública na Alesp denuncia desmonte promovido pelo Santander e mobiliza categoria contra terceirização e precarização
Solidariedade que aquece: Campanha do Agasalho do Sindicato dos Bancários de Araraquara reforça compromisso com a cidadania
Conheça os eixos temáticos dos debates das conferências regionais e estaduais
Inscrições abertas para o 2º Festival Nacional de Música Autoral da Contraf-CUT
Coletivo Nacional de Segurança Bancária debate propostas para reforçar a proteção nas agências
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias