
O lucro líquido contábil da Caixa Econômica Federal alcançou R$ 3,8 bilhões no 3º trimestre de 2025, resultado 15,4% maior que o registrado no mesmo período de 2024 e 2,2% acima do obtido no 2º trimestre deste ano. No acumulado de janeiro a setembro, o banco público já soma R$ 13,5 bilhões, um avanço expressivo de 50,3% frente aos nove primeiros meses de 2024. O desempenho positivo também aparece no lucro líquido recorrente, que chegou a R$ 12,7 bilhões no período, crescimento de 34,7% em relação ao ano anterior. A margem financeira cresceu 14% na comparação anual do trimestre e os ativos totais chegaram a R$ 2,2 trilhões.
Comparação com outros bancos
A Caixa segue registrando lucros elevados ao longo de 2025. Apenas a título de comparação, grandes bancos privados, como Itaú, Bradesco e Santander, tiveram resultado moderado no 3º trimestre, inferior ao salto observado pela Caixa no período.
Enquanto o Itaú manteve a liderança do setor com lucro ainda robusto, mas crescendo a taxas menores, e o Bradesco continuou tentando recuperar margem após trimestres mais difíceis, a Caixa apresentou desempenho superior em ritmo de expansão e impacto social, especialmente em crédito imobiliário, saneamento e infraestrutura, áreas nas quais os bancos privados não têm a mesma participação.
Crescimento com contradições
Apesar dos resultados recordes, a realidade para quem trabalha no banco é outra. Segundo o próprio relatório, a Caixa encerrou setembro de 2025 com 84,3 mil empregados, número que, embora ligeiramente maior que o registrado em 2024, ainda representa uma queda de quase 20 mil postos de trabalho em relação a 2014, quando o banco tinha mais de 101 mil trabalhadores.
Outra contradição é com relação à redução dos postos de atendimento. O banco encerrou setembro com 49 unidades a menos em 12 meses. Nos últimos três meses encerrados em setembro, são 41 agências a menos.
Essa redução contínua do quadro de pessoal e do número de agências contrasta com o aumento das operações, da carteira de crédito, das funções sociais que o banco executa e do número de clientes, hoje mais de 156 milhões. O resultado é o que os sindicatos denunciam há anos: sobrecarga, adoecimento e pressão por produtividade.
“A Caixa apresenta lucro crescente, mas isso acontece à custa de um quadro de pessoal cada vez mais reduzido e de trabalhadores exaustos. Não há como sustentar resultados assim sem valorização e recomposição do efetivo. Quem garante o atendimento à população é o empregado da Caixa, e isso precisa ser reconhecido”, afirma Felipe Pacheco, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.
Uma pauta urgente
Os resultados mostram que as despesas administrativas do banco seguem praticamente estáveis, sem aumento real no ano. O contingenciamento histórico da Caixa inclui também o teto de gastos com a saúde do quadro de pessoal, limitado a 6,5% da folha, uma trava estatutária que os trabalhadores denunciam como injusta e insuficiente para garantir a manutenção do Saúde Caixa em equilíbrio.
“Acabamos de obter uma grande vitória, que foi conquistar o reajuste zero nas mensalidades do Saúde Caixa, mas esta foi apenas uma etapa. Para nós a luta não acabou. É preciso que a Caixa extinga o teto de 6,5% para que seja possível retomar o formato de custeio 70/30”, observou o diretor e representante da Contraf-CUT na CEE/Caixa, Rafael de Castro.
A proposta de retirar o teto do estatuto social vem sendo amplamente defendida pela Contraf-CUT, pela Fenae e pelas entidades representativas.
“Se o banco cresce, o Saúde Caixa também precisa crescer. Não é aceitável que um limite imposto no estatuto comprometa a saúde de quem sustenta o funcionamento da instituição. A retirada do teto é fundamental para proteger trabalhadores da ativa, aposentados e suas famílias”, completou o diretor da Contraf-CUT.
Crédito e papel social reforçados
A Caixa também reforçou sua atuação no crédito imobiliário, mantendo liderança com 67,1% de participação no mercado, além de registrar aumento no crédito comercial para pessoas físicas e jurídicas. No trimestre, foram R$ 185,1 bilhões em concessões de crédito, 13,3% a mais que no mesmo período de 2024.
Com forte presença no Programa Minha Casa, Minha Vida, no Novo PAC e nos pagamentos de benefícios sociais, o banco reafirma sua função essencial como instituição financeira pública, algo que só se fortalece com trabalhadores valorizados e condições adequadas de atendimento.
Valorização já!
Para o coordenador da CEE/Caixa, os números de 2025 confirmam que a Caixa tem desempenho sólido e sustentável, mas reforçam a urgência de investimentos em pessoal, saúde, condições de trabalho e contratação de novos empregados.
“A Caixa é indispensável para o Brasil. Mas para continuar sendo indispensável, precisa cuidar de quem faz o banco acontecer todos os dias: os empregados e empregadas. Lucro não pode caminhar separado de valorização”, conclui Felipe Pacheco.
> Leia aqui a íntegra da análise elabaroda pelo Dieese.

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