O Instituto de Justiça Fiscal (IJF), formado por especialistas, tributaristas e auditores fiscais, está defendendo o projeto de lei do governo federal, entregue recentemente para o Congresso Nacional, que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil reais por mês e reduz a tributação para quem ganha até R$ 7 mil por mês.
"A proposta (...) representa o início do processo da reconstrução da tributação justa da renda, desconfigurada na chamada reforma tributária silenciosa, de 1995 e anos seguintes, que desonerou os lucros e dividendos distribuídos e compensou a perda de arrecadação com o aumento da incidência sobre as rendas do trabalho e a sobrecarga do consumo", avalia a entidade que, em outro trecho, diz que a medida é um “passo inicial importante”, para uma série de distorções que precisam ser corrigidos em todo o sistema tributário brasileiro, para haver justiça.
“O IJF acredita que é chegado o momento de a sociedade brasileira pressionar pela implementação de uma reforma na tributação da renda que efetivamente 'inclua o rico no imposto de renda', nas palavras do presidente Lula”, destaca.
Além da isenção, o projeto de lei prevê aumento da taxação para quem ganha mais do que R$ 50 mil por mês, até completar a incidência final de 10%. Segundo material divulgado pelo Ministério da Fazenda, a população dessa faixa de renda paga, em média, 2,54% de imposto de renda, enquanto um professor do ensino médio paga 9,6%, um bancário 7,2% e um policial militar 9,8%.
Por fim, o PL prevê a tributação de dividendos remetidos para o exterior. “Em 2022, R$ 193 bilhões em lucros e dividendos foram enviados ao exterior livres de imposto de renda. Entretanto, tais rendimentos são tributados ao ingressarem no país de residência dos acionistas. Com isso, o Brasil exporta o imposto, ao deixar de arrecadar e transferindo a receita para outras nações. Já no caminho inverso, acionistas brasileiros de empresas estrangeiras deixam nos países de origem dos rendimentos o imposto de renda lá devido”, observa o IJF.
A entidade entende que o projeto de lei do governo é um passo inicial. “As faixas de incidência em que se concentram os rendimentos do trabalho deveriam ser, todas, corrigidas e os rendimentos recebidos a títulos de lucros e dividendos, oferecidos à tributação na mesma tabela progressiva. Contudo, a atual maioria conservadora do Congresso Nacional fará oposição, inclusive, às atuais propostas de leve tributação dos rendimentos dos mais ricos. Nesse sentido, é forçoso reconhecer o passo fundamental representado pela proposta do governo Lula”.
Movimento sindical apoia isenção
O governo federal estima que, caso o Congresso Nacional aprove a proposta, cerca de 10 milhões de contribuintes serão isentados do Imposto de Renda. Reunindo esse número com a base de declarantes do IR que já são isentos, em 2026, cerca de 26 milhões de brasileiros passariam a não ser cobrados em relação a este recolhimento.
Por outro lado, somente 141 mil pessoas (0,13% do total de declarantes no país, 0,06% da população brasileira), que hoje possuem rendimentos acima de R$ 50 mil por mês, ou mais de R$ 600 por ano, passariam a ter uma complementação tributária de zero até 10%.
A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de Araraquara e região são parceiros do IJF na "Campanha Tributar os Super-Ricos".
“Concordamos com a análise do instituto. Por isso é importante que deputados e senadores aprovem o projeto de lei que contribui para a correção de distorções tributárias e que hoje fazem com que os ricos tenham taxações muito reduzidas em comparação à classe média e aos mais pobres”, pondera. “Esta proposta de desoneração, inclusive, é apoiada pelo movimento sindical bancário, que participou de grupos que pediram que essa fosse uma das promessas de campanha do presidente Lula, ainda durante a corrida eleitoral de 2022”, conclui o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Para ler a nota do IJF na íntegra, clique aqui.
Itaú: Demissões por justa causa crescem e movimento sindical alerta para procedimentos incorretos
Movimento sindical expõe relação entre aumento de fintechs e precarização no setor financeiro
Quem ganha e quem perde com a redução da meta atuarial?
Dia Nacional de Luta: Sindicato intensifica mobilização em defesa do Saúde Caixa
Audiência pública no dia 3 de julho, em Araraquara, denunciará impactos da terceirização no setor financeiro
Empregados reivindicam reajuste zero do Saúde Caixa
Afubesp denuncia violência contra idosos cometida pelo Santander
Audiência Pública na Alesp denuncia desmonte promovido pelo Santander e mobiliza categoria contra terceirização e precarização
Solidariedade que aquece: Campanha do Agasalho do Sindicato dos Bancários de Araraquara reforça compromisso com a cidadania
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias