Na última sexta-feira (27/09), o Itaú Unibanco comemorou seu centenário, sendo o maior banco da América Latina, com R$ 2,9 trilhões em ativos e uma carteira de crédito que ultrapassa R$ 1 trilhão. No entanto, para Carlos Damarindo, diretor da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e funcionário do banco, os 100 anos de história celebrados pelos banqueiros Setubal e Salles escondem uma realidade amarga para os trabalhadores.
Segundo a coordenadora da COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Itaú Unibanco, Valeska Pincovai, o banco enviou uma mensagem aos funcionários da ativa e aposentados dizendo que, “há um século o Itaú está presente na vida de milhões de brasileiros. E, junto com você, estamos construindo os próximos 100 anos. Neste dia 27 de setembro, agradecemos a você por este marco extraordinário na nossa história”.
“A mensagem é muito bonita! Mas, para se tornar realidade, o banco deveria olhar com atenção e cuidado para quem o ajudou a esse seu império financeiro”, disse Valeska, ao acrescentar que o movimento de representação sindical dos empregados solicita negociação sobre o plano de saúde para os trabalhadores aposentados do banco.
"A história que eles contam começa com a fundação do Unibanco, há 100 anos, e não do Itaú. A fusão entre os dois só aconteceu em 2008, mas o discurso oficial faz parecer que sempre foi assim. E, nesse centenário, a comemoração esconde muita maldade", afirma Damarindo.
Carlos Damarindo destaca que, ao longo das últimas décadas, o Itaú Unibanco se modernizou rapidamente, investindo em novas ferramentas tecnológicas e migrando seu sistema para a nuvem. No entanto, segundo ele, o processo de modernização ignorou o principal protagonista: o trabalhador bancário. "O bancário, que antes era chamado de colaborador, agora é tratado como 'ituber'. Isso não é uma mera mudança de nomenclatura; é uma mudança na forma como o trabalhador é visto pela instituição", critica Damarindo.
Em uma recente entrevista ao jornal Valor Econômico, o banqueiro Roberto Setubal afirmou que o Itaú é "sócio do Brasil" e que o banco depende do crescimento do país para crescer. Damarindo, no entanto, vê a situação de forma diferente. "Faltou ele dizer que o banco contribuiu para muitos dos problemas que enfrentamos hoje, como todo o sistema financeiro brasileiro", comenta.
A fusão entre Unibanco e Itaú trouxe uma cultura de gestão rígida e implacável com os bancários, segundo Damarindo. "A pressão para atingir metas, o assédio moral e a falta de preocupação com o bem-estar dos funcionários transformaram o banco em uma fábrica de adoecidos. Centenas de homens e mulheres perderam sua saúde física e mental devido à cultura de gestão agressiva", relata.
Damarindo também criticou as recentes declarações de Setubal e Salles sobre o futuro do banco. "Eles falaram que, para manter a liderança diante das novas tecnologias e fintechs, vão fechar mais agências e que não precisam mais de gerentes. Mas as metas para os bancários continuam as mesmas", aponta.
O diretor da Contraf-CUT conclui ressaltando que, apesar do discurso triunfalista dos banqueiros, não há motivos para comemorar os 100 anos do Itaú Unibanco. "Hoje, trabalhar no banco é apenas um momento passageiro. A fidelidade que existia no passado desapareceu. O bancário está endividado, estressado, e não consegue ter segurança financeira nem projetar seu futuro. Para nós, trabalhadores, não há o que celebrar", finaliza Damarindo.
Troca de bancos no consignado CLT passa a valer no dia 16 deste mês
Benefícios da Funcef: Como a meta atuarial entra nesse cálculo?
Em 2025, vai ter Consulta Nacional dos Bancários e Bancárias!
Funcionários exigem segurança em unidades do Mercantil
Conferência Nacional do Meio Ambiente aprova 100 propostas para enfrentar emergência climática
Com manutenção do teto, gestão Carlos Vieira prevê aumento médio inicial de 77% na mensalidade do Saúde Caixa dos aposentados
Bradesco segue demitindo milhares enquanto lucro cresce 39%
Itaú Unibanco lucra R$ 11,1 bilhões no 1º trimestre de 2025 enquanto fecha agências e perde clientes
Vem aí o Campeonato de Futebol Society dos Bancários de Araraquara!
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias