Audiência Pública na Alesp denuncia desmonte promovido pelo Santander e mobiliza categoria contra terceirização e precarização
Representantes sindicais, parlamentares e especialistas apresentaram dados que expõem perdas salariais, exclusão bancária e impactos econômicos negativos. O Sindicato dos Bancários de Araraquara e Região marcou presença ativa, reforçando a mobilização
Data: 16/06/2025 às 17:21
Fonte: Seeb Araraquara

A luta contra a terceirização fraudulenta e os ataques promovidos pelo Santander aos trabalhadores do ramo financeiro ganhou destaque na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta segunda-feira (16), durante audiência pública convocada pelo deputado estadual Luiz Claudio Marcolino.

O Sindicato dos Bancários de Araraquara e Região participou ativamente da audiência, representado pelo presidente Paulo Roberto Redondo e pelos diretores Marcelo Fabiano Siqueira, Paulo Vicente Fernandes e Andréia Cristina de Campos. A entidade tem sido voz ativa na denúncia contra o desmonte promovido pelo Santander e na defesa de uma categoria valorizada, com direitos e estabilidade.

Na abertura dos debates, Luiz Claudio Marcolino destacou que o modelo adotado pelo banco afeta não só a categoria bancária, mas também os aposentados, comerciantes, clientes e toda a sociedade. “Não podemos permitir que uma multinacional atue no Brasil impondo retrocessos e aprofundando desigualdades”, afirmou o parlamentar.

A audiência, construída em conjunto com a Fetec-CUT/SP, Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de São Paulo, CUT-SP e entidades filiadas, reuniu representantes sindicais e especialistas para denunciar um projeto que combina fechamento de agências, demissões, precarização das relações de trabalho e exclusão bancária.

Rosângela Vieira, técnica do Dieese, apresentou um diagnóstico contundente sobre os impactos da manobra do Santander. Segundo ela, o modelo de terceirização adotado pelo banco não é apenas uma mudança de contrato — é uma fraude trabalhista que reduz salários, esvazia a representação sindical, impõe insegurança jurídica e rebaixa a arrecadação pública.

A presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina, lembrou que tudo isso se tornou possível após a aprovação da reforma trabalhista, apoiada abertamente pelo Santander. “O banco atuou politicamente para aprovar uma reforma que abriu espaço para contratos mais frágeis, menos direitos e a institucionalização da precarização. E agora se aproveita para lucrar ainda mais, às custas dos trabalhadores e da sociedade”, afirmou. Ela também chamou atenção para os prejuízos aos cofres públicos, com perda de arrecadação para municípios e estados.

Wanessa Queiroz, coordenadora da COE Santander, reforçou que a terceirização imposta pelo banco atinge com mais força as mulheres. Elas são maioria na categoria, mas também lideram os números de demissões e enfrentam mais obstáculos para acessar áreas como a de tecnologia, onde predominam os contratos precários e terceirizados.

Maria Rosani, presidenta da Afubesp, voltou a cobrar respeito aos aposentados. Ela denunciou os ataques recorrentes aos participantes do Banesprev e da Cabesp, como tentativas de desmontes, elevação de custos e restrição de direitos.

A dirigente da Contraf-CUT, Rita Berlofa, também foi direta: o Santander trata seus trabalhadores com dois pesos e duas medidas. “Enquanto os espanhóis têm estabilidade, valorização e direitos garantidos, os brasileiros convivem com metas abusivas, demissões e insegurança. E isso tudo sustentando lucros bilionários e distribuição farta de dividendos aos acionistas”, criticou.

Já Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora do Comando Nacional, denunciou a face mais perversa do modelo adotado pelo banco: o fechamento de agências e a digitalização sem responsabilidade social. “Milhares de brasileiros estão sendo empurrados para fora do sistema bancário. Moradores de periferia, idosos, pequenos comerciantes — todos prejudicados por um banco que só pensa no lucro e ignora seu papel social”, afirmou.

Para o presidente Paulo Redondo, a participação no debate é parte fundamental da luta sindical. “Não estamos falando apenas de bancários. Estamos falando de uma multinacional que está desmontando o sistema financeiro nacional, precarizando empregos, enfraquecendo a arrecadação pública e deixando a população sem acesso aos serviços bancários. É um projeto de exclusão. Essa luta é de todos nós — trabalhadores, aposentados, comerciantes e toda a sociedade. E o Sindicato de Araraquara seguirá na linha de frente da resistência.”

> A audiência foi transmitida ao vivo pelo Youtube da Alesp. Assista a íntegra aqui

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