O quarto módulo do Curso de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ocorrido presencialmente nesta quarta (18) e quinta-feira (19), em São Paulo, encerrou um ciclo de formação sobre o tema.
Representando o Sindicato dos Bancários de Araraquara e região participaram os diretores André Luiz de Souza, Andréia C. de Campos e Rosângela Lorenzetti, juntamente com o presidente da entidade, Paulo Roberto Redondo.
“O curso nos ajuda a sistematizar todo o conhecimento produzido tanto pelas entidades sindicais bancárias participantes, através da troca de experiências, como por outras entidades que trabalham na luta pelo direito de saúde dos trabalhadores, visando a construção de um ambiente de trabalho mais saudável para a categoria, uma preocupação constante da nossa entidade e uma das principais bandeiras de luta”, destacou André Luiz de Souza, que é secretário de Saúde, Condições de Trabalho e Assuntos Jurídicos do Sindicato.
“Trata-se de um processo de formação, iniciado em junho, que contou com a contribuição de especialistas que nos ajudaram a entender e aprofundar o debate sobre o tema, e com a participação dos próprios dirigentes que estavam se formando e formando suas companheiras e companheiros de turma na medida em que construíam coletivamente as propostas de ação para solucionar os problemas que afetam as condições de trabalho e a saúde da categoria”, explicou o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon.
“Precisamos investir na prevenção e cobrar dos bancos medidas para conter esta situação e exigir que cumpram as normas vigentes”, disse o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, ao alertar que a vigilância das condições de trabalho e adoecimento nos bancos tem tido maior relevância devido à alta incidência de adoecimento na categoria. “Com certeza, os dirigentes que participaram estão ainda mais capacitados para a ação sindical, uma vez que, além das questões teóricas, nosso curso construiu, coletivamente, propostas de ação concreta nos ambientes de trabalho, todas balizadas nos conceitos de que saúde não se vende e de não delegar a luta por saúde apenas aos governos e patrões, mas sim de colocar os trabalhadores como protagonistas dos cuidados com sua própria saúde, sem, é claro, tirar a responsabilidade dos bancos e dos governos”, completou.
Para além da medicina do trabalho
O mestre em Ciências Sociais pela PUC-RS e doutor em Políticas Públicas pela UFRGS, Vinícius Rauber, fez um apanhado histórico sobre vigilância da saúde do trabalhador para contribuir com as reflexões da manhã de quarta-feira. “A vigilância da saúde do trabalhador rompe com a abordagem que vincula a doença a um agente específico ou a um grupo de agentes existentes no ambiente de trabalho e elege, como eixo de organização das ações, os determinantes e os condicionantes do processo saúde-doença no enfoque da promoção, e não apenas os riscos e os agravos, o que confere à saúde do trabalhador a natureza interdisciplinar”, disse Vinícius, ao explicar que a saúde do trabalhador vai além das práticas e dos propósitos da medicina do trabalho (especialidade médica) e da saúde ocupacional (foco nos ambientes de trabalho).
Acolhimento
A reflexão continuou na parte da tarde com as contribuições da educadora física, especialista em Saúde e Trabalho pela UFRGS e mestre em Serviço Social pela PUC-RS, Jacéia Netz, que abordou técnicas de análise de riscos e de entrevistas com trabalhadores, construção de roteiro de inspeção, checklist, protocolos, questionários e roteiro de entrevistas, além da preparação das equipes e estabelecimento de estratégias para o acolhimento dos trabalhadores e das denúncias, ou informações que eles têm a passar sobre seu ambiente de trabalho e sua saúde.
“É importante construirmos coletivamente um processo de formação para a ação, com vigilância permanente dos ambientes de trabalho bancário, para que possamos fiscalizar o cumprimento das normas legais pelos bancos e efetivamente prevenir o adoecimento da categoria”, afirmou Jacéia Netz.
Os participantes foram divididos em grupos para, a partir da proposta base de cheklist em vigilância em saúde, elaborarem coletivamente uma proposta a ser aplicada nos estados dos participantes do curso. Na sequência, os grupos se reuniram para compartilhar os apontamentos dos grupos.
Formação para a ação
Na manhã de quinta-feira os participantes receberam as instruções para a avaliação da proposta de orientação e acolhimento aos bancários a ser aplicado nas agências e foram divididos em grupos para analisarem a proposta final e apontarem possíveis mudanças. “Nossa ideia é construir um instrumento que seja efetivo no mapeamento do ambiente de trabalho e das doenças que acometem a categoria, para que possamos apresentar aos gestores e aos bancos, para reduzir o adoecimento e melhorar as condições de trabalho”, explicou o secretário de Saúde da Contraf-CUT.
As propostas foram partilhadas em uma plenária final e serão incorporadas à proposta que será enviada posteriormente às entidades pela Secretária-Geral da Contraf-CUT.
Formação permanente
Este quarto módulo seria a última etapa da formação sobre vigilância e atenção à saúde do trabalhador, mas os participantes, juntamente com os responsáveis pelas secretarias de Saúde e Formação da Contraf-CUT, decidiram manter o processo de formação em aberto, com uma nova etapa para avaliação da ferramenta e sua aplicação nas agências, com a devida adequação e melhoria.
“Este é um processo que será constante. A todo momento teremos que avaliar e readequar a ferramenta, para aplicação e solução dos problemas enfrentados pela categoria no que diz respeito à saúde e condições de trabalho”, concluiu o secretário de Formação da Contraf-CUT.
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