
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil manteve, na quarta-feira (3), a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Foi a sexta reunião consecutiva que a taxa é mantida no mesmo patamar. Para os trabalhadores do ramo financeiro, a política de juros do Banco Central do Brasil não cumpre a função de reduzir a inflação e atrapalha o desenvolvimento do país, com consequências drásticas para a geração de emprego e renda.
“É uma verdadeira extorsão! O Brasil tem a maior taxa de juros reais do mundo! E ela é estabelecida exclusivamente com base em análises feitas pelo mercado financeiro, que se beneficia da política de juros mantida pela atual gestão do Banco Central”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira. “É como se o dono da granja pedisse para que a raposa desse dicas para a segurança das galinhas e seus ovos”, completou Juvandia.
A decisão do Copom leva em conta as pesquisas semanais feita pelo BC com analistas de mercado (boletim Focus). “Dizem que o Banco Central é independente. Mas, que independência é esta que está atrelada às análises feitas por quem se favorece da política a ser realizada? Isso me faz lembrar da independência de um certo juiz federal que condenou sem provas o candidato líder nas pesquisas para beneficiar o outro candidato, do qual se tornou ministro após a eleição”, disse a presidenta da Contraf-CUT ao se referir da condenação de Lula por Sergio Moro.
“Depois, o STF (Supremo Tribunal Federal) cancelou todas as condenações por imparcialidade do juiz. E quem vai ‘cancelar’ o mercado financeiro?”, questionou acrescentando que é um absurdo a manutenção da Selic em 13,75%. “O Banco Central está apostando contra o Brasil e o Congresso Nacional precisa tomar uma providência para tirar Campos Neto de seu comando”, disse.
Falsos argumentos
Em crítica direta ao principal argumento do BC para a elevação e manutenção da Selic em 13,75%, os bancários explicam que a inflação no Brasil não é gerada por demanda e que, por isso, não tem sentido a escalada da taxa de juros no país. Em março de 2021, a taxa básica de Juros (Selic) estava em 2%. A partir de abril começou a subir e atingiu os 13,75% atuais. No mesmo período, a inflação subiu de 6,10%, chegou a 12,13% em abril de 2022 e as estimativas são de que feche 2023 em 6,05%.
“Aumentaram as taxas de juros em 10 pontos percentuais e a inflação não caiu. Ao contrário, quase dobrou e somente recuou quando houve a redução de preços dos combustíveis. Ou seja, a alta dos juros não controla a atual inflação brasileira, pois ela não é gerada por demanda, não há aumento do consumo”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, ao ressaltar que a inflação brasileira é gerada por fatores externos e climáticos, se referindo à guerra na Ucrânia e ao período de seca ocorrido no Brasil, que afetaram a produção agropecuária e energética. “Existem muitos fatores que influenciam na redução, ou aumento, da inflação, mas o BC considera apenas a alta de juros”, completou.
Inadimplência
Outro argumento do BC para a manutenção da taxa básica de juros contestado pelos trabalhadores é que a índice de inadimplência. “Hoje temos mais de 70 milhões de brasileiros adultos endividados. Em 2021, quando o Banco Central começou sua política de alta das taxas de juros, havia 63 milhões de endividados. Isso apenas comprova que aumentar os juros, além de não reduzir a atual inflação brasileira, contribui para o aumento do endividamento das famílias e o Banco Central utiliza esse aumento para justificar sua política”, observou a presidenta da Contraf-CUT, ao lembrar ainda que muitas empresas também não estão suportando o aumento das taxas de juros e estão entrando em endividamento.
Se considerarmos os últimos quatro anos, veremos que o endividamento dos brasileiros subiu de 59% para 79% entre as famílias, sendo que 85% delas possui dívidas com as operadoras de cartão de crédito, que cobram juros de 400%.
A presidenta do Sindicato de São Paulo ressaltou, ainda, que o aumento das taxas de juros também contribuiu com o aumento do endividamento do Estado e o crescimento dos gastos com a dívida pública. “E, mais uma vez, o Banco Central justifica a manutenção da alta dos juros em um fator que ele mesmo contribui para aumentar”, observou acrescentando que a as altas taxas de juros contribuem para o aumento da dívida pública, não com sua redução.

Santander divulga agenda de expediente de fim de ano para os empregados

Campanha de Sindicalização: Bancário do Mercantil é o contemplado com voucher-viagem de R$ 10 mil da Fetec-CUT/SP

Hoje é o último dia para participar da Campanha Natal Solidário: sua doação ainda pode transformar vidas

Super Caixa: empregados criticam programa de premiação do banco

Cassi: BB apresenta proposta de antecipação de valores aquém das necessidades da caixa de assistência

Senado avança em PEC que reduz jornada de trabalho para 36 horas semanais

Entenda por que Copom erra ao manter juros em 15%

Déficit do Saúde Caixa confirma acerto da categoria ao aprovar novo ACT

Categoria bancária reforça luta contra violência de gênero
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias