A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco na manhã desta quinta-feira (19) para debater a decisão unilateral da instituição de retirar o ponto eletrônico dos gerentes e especialistas E1. O banco justificou a medida afirmando que era um desejo dos próprios trabalhadores, que buscavam maior flexibilização da jornada e relataram dificuldades na marcação do ponto eletrônico.
Os dirigentes sindicais afirmaram que as alegações do banco são infundadas. Segundo a COE, o ponto eletrônico existente já oferece flexibilidade suficiente para que os trabalhadores realizem suas atividades externas sem prejudicar os direitos à desconexão. Além disso, os trabalhadores estão submetidos ao banco de horas, que permite a compensação de jornadas, demonstrando que não há impedimentos operacionais para a manutenção do sistema atual.
Banco ignora impactos aos trabalhadores
Os sindicalistas destacaram que a retirada do ponto eletrônico beneficia exclusivamente o banco, ao eliminar o controle da jornada. Para agravar a situação, o Santander não possui travas que impeçam os trabalhadores de acessar o sistema fora do horário comercial, o que os expõe a práticas abusivas. “Os trabalhadores são impelidos a se conectar e trabalhar mesmo fora da jornada, sem qualquer proteção para o direito à desconexão. Essa situação é inadmissível”, afirmou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.
Durante a reunião, os membros da COE propuseram que fosse realizada uma consulta ampla aos trabalhadores para verificar se a mudança realmente era de interesse da categoria. No entanto, a sugestão foi prontamente descartada pelo banco. Outra alternativa apresentada foi a implementação de travas no sistema, para minimizar o risco de extrapolação da jornada. O Santander ficou de analisar esta possibilidade.
Mudanças contratuais e preocupações com fraudes
Os representantes da COE também questionaram o Santander sobre possíveis mudanças nos contratos de trabalho dos gerentes e especialistas E1, como pejotização ou transferência para empresas coligadas. O banco negou qualquer intenção de alterar o modelo de contratação atual.
Ainda assim, os sindicalistas alertaram que a preocupação dos trabalhadores e dirigentes sindicais é fundamentada. “Temos observado alterações fraudulentas nos contratos de trabalho, prática que vem sendo amplamente utilizada pelo banco e é repudiada pelos sindicatos em todo o país. Continuaremos atentos para combater qualquer tentativa de precarização”, ressaltaram os representantes da COE.
Movimento sindical mobilizado
A COE reiterou que seguirá cobrando a manutenção do ponto eletrônico e o respeito aos direitos dos trabalhadores. As partes voltam a se reunir na próxima segunda-feira (23), às 11h, para debater outros pontos. O movimento sindical reforçou seu compromisso com a defesa de condições dignas de trabalho e a proteção dos direitos da categoria.
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