A Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), foi ocupada pela Marcha da Classe Trabalhadora, nesta terça (29). Da mobilização, organizada pelas centrais sindicais como parte do calendário do 1º de Maio e da Jornada de Lutas, participaram caravanas de trabalhadores de todo o país.
Bancárias e bancários de Araraquara e região estiveram representados pela diretoria do Sindicato. Participaram da atividade o presidente da entidade, Paulo Roberto Redondo, e os diretores Paulo Vicente Fernandes, Marcelo Fabiano Siqueira, Andréia C. de Campos e Rosângela Lorenzetti.
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Entre as 26 reivindicações e proposições apresentadas, quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
Antes de caminharem em direção ao Congresso Nacional, onde a marcha foi encerrada, houve uma plenária para aprovar a pauta da classe trabalhadora. Na concentração, discursaram os presidentes das centrais sindicais - CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública e Intersindical Central, além de parlamentares e dirigentes sindicais.
“A carteira de trabalho com os direitos sociais, previdência, férias, tudo isso veio com muita luta. E agora nós temos uma pauta que para nós é fundamental no Congresso Nacional, que é a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Hoje o fim da escala 6x1 é um tema que está no Brasil inteiro. Porque a pessoa trabalha seis dias, só tem um dia para ficar em casa, com a família, com os filhos. Então a pauta do fim da escala 6x1 é extremamente importante para a gente”, ressaltou, o presidente da CUT, Sergio Nobre.
A presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando dos Bancários, Juvandia Moreira, reforçou a importância da mobilização para conquistar avanços nos direitos da classe trabalhadora. “Estão aqui trabalhadores do campo, setor público e privado. A gente vai conversar no Congresso, vamos entregar nossa pauta para o presidente Lula. É importante nos mobilizarmos nas ruas e nas redes. Vamos à luta”, disse Juvandia.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, também esteve presente à marcha. “Temos uma série de reivindicações importantes para os trabalhadores que estão em discussão no Congresso Nacional, como por exemplo a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, a tributação do super ricos, e isenção do imposto de renda nossa PLR”, reforçou Neiva.
CUT e demais centrais entregam ao Presidente Lula a pauta da classe trabalhadora
À tarde, representantes das centrais sindicais foram recebidos pelo presidente Lula. Além dos presidentes das centrais sindicais, estiveram presentes o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffman, ministro-chefe da secretaria Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Marcha deixa sentimento de garra para enfrentar o futuro
Mais cedo, durante a marcha, dirigentes sindicais também discursaram ao público sobre a necessidade de a classe trabalhadora estar sempre alerta e preparada para enfrentar os constantes ataques da extrema direita à democracia e, claro, aos direitos sociais e trabalhistas.
O presidente nacional da CUT, Sergio Nobre, além de defender o teor da pauta, lembrou que os direitos dos trabalhadores passam pelas próximas eleições e que, por isso, a manifestação de hoje foi decisiva para enterrar a direita em 2026. “Precisamos reeleger o nosso presidente Lula, que é o grande pai da classe trabalhadora no Brasil, aquele que nos ensinou o caminho da luta para chegarmos até aqui”, afirmou Sergio Nobre.
É preciso ressaltar que a direita e a extrema direita foram responsáveis pela reforma Trabalhista em 2017, que retirou mais de 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo a pejotização e a terceirização sem fim, e a reforma da Previdência de 2019, que aumentou o tempo de contribuição e diminuiu o valor de aposentadorias e pensões. Hoje o movimento sindical luta para pela ampliação dos direitos trabalhistas.
“A gente sabe que nenhum direito que a classe trabalhadora tem caiu do céu ou foi benefício dado por alguém, foi com muita mobilização e com muita luta”, reforçou Sergio Nobre ao incentivar os trabalhadores a se manterem firmes na luta por seus direitos.
A necessidade do reconhecimento de que o presidente Lula teve e tem um papel importante na defesa dos trabalhadores também foi enfatizada pelo secretário de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo de Camargo, ao ressaltar que é preciso que a pauta da classe trabalhadora seja contemplada pelas decisões governamentais.
“Estamos vivendo um momento de muitas transformações e a Central Única dos Trabalhadores fazendo chegar ao presidente Lula a voz do povo, nossa pauta será entendida e, assim o conjunto dos trabalhadores terá orgulho de ter um operário na Presidência da República”, disse Camargo.
Para o secretário Geral da CUT Nacional, Renato Zulato, a marcha cumpriu o com as expectativas e a presença dos trabalhadores e representantes dos seus sindicatos demonstrou unidade na defesa de direitos e da democracia.
“Temos que ficar mobilizados! Mas voltem aos seus estados com a cabeça erguida, porque vocês estão aqui na rua, mais uma vez, e estão na luta pelo nosso direito à democracia que havia sido tirado de nós no governo passado”, disse Zulato.
A defesa da pauta dos trabalhadores passa também pelo plebiscito popular, lembrou o secretário de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho. O plebiscito levará à população brasileira três importantes temas, para que ela responda sim ou não: a redução de jornada de trabalho sem a redução de salário, o fim da escala 6x1 e a justiça tributária, com a isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e aumento da cobrança para quem ganha acima de 50 mil.
“Há uma identidade política nesse movimento, estamos aqui juntos, fortes, vamos construir esse processo, a nossa ideia de fazer um plebiscito nacional onde milhões de pessoas participem, não só os trabalhadores, não só os sindicalistas, mas o conjunto da cidade e do campo. A largada é agora, nesse dia 29, nessa marcha que as centrais e os movimentos sociais estão construindo”, disse Miltinho.
A presença feminina na luta pela redução da jornada sem redução salarial e o fim da escala 6 X 1 foi elogiada pela secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Amanda Corcino.
“As longas jornadas são cruéis em especial às mulheres trabalhadoras, porque nós temos uma jornada de trabalho muito maior, mais exaustiva, nós temos a jornada do trabalho remunerado, mas também temos a jornada que é das atividades de cuidar, das atividades domésticas, então para nós mulheres vai ser um ganho muito grande, que a gente consiga reduzir essa jornada, para que possamos ter mais tempo para nos dedicar aos nossos cuidados, a nossa militância e a gente trazer mais mulheres para a política”, disse Amanda.
Veja a íntegra da Pauta da Classe Trabalhadora
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